sábado, 26 de maio de 2012

“Sinto impulsos covardes, assustadiços e escapistas de voltar. Também porque sinto saudade, muita, de tudo. Mas sei que não devo.”
Eu escancarei a porta - ridiculamente ansiosa - e lá estava ele, meu milagre pessoal. Meus olhos acompanharam suas feições: o quadrado do queixo, a curva suave dos lábios cheios – agora retorcidos num sorriso -, a linha reta do nariz, o ângulo agudo das maças do rosto…
Deixei os olhos para o final, sabendo que, quando olhasse dentro deles, talvez perdesse o fio do pensamento. Eles eram grandes, calorosos como ouro líquido, e emoldurados por uma franja grossa de cílios escuros. Olhar seus olhos sempre fazia com que eu me sentisse extraordinária - como se meus ossos tivessem virado esponja. Eu também ficava um pouco tonta, mas isso devia ser porque eu me esquecia de respirar. De novo



 (New Moon)
Gosto das coisas - pessoas e palavras - desconcertantes. Seus contornos imprecisos permitem que a gente exerça o direito de refletir e de criar em cima delas.

domingo, 20 de maio de 2012


Tantas mãos querem se encontrar, mas tão poucas estão dispostas a se estender.
— E você, por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os
 meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

— Ah. Porque eu sou tímida.



* Nosso Cantinho

Louca




Se abro a porta da minha casa 
e o convido a deitar em minha cama 
não é que eu seja louca 
É porque não é de hoje 
que nela eu durmo com você todas as noites.


Madi

O Teatro Magico